Não interagimos somente por meio das palavras, nosso corpo é grande comunicador. Ele pode reafirmar o que nossas palavras dizem ou contrariar um discurso ao ponto de torná-lo inacreditável. Sim, o corpo tem todo este poder. Ou seja, a linguagem não verbal é a que mais impacta em uma fala.
Quando houver um choque entre o que se diz verbalmente e o que a linguagem do corpo expressa, a tendência é crer no que o corpo está contando. O que a linguagem não verbal mostra é mais poderosa, até, do que as palavras.
Consegue imaginar o impacto desta linguagem em um discurso político? Na intenção que um político precisa transmitir em qualquer diálogo que tenha?
São os gestos que aguçam as emoções, o comportamento vem reiterar as palavras e as roupas escolhidas é que demonstram o grau de importância que se dá àquele momento.
Não basta usar belas palavras e falar com eloquência, deve-se confirmar o discurso através dessas manifestações não faladas.
O código visual, como componente do discurso, é fundamental. Roupa comunica. Roupa expressa personalidade, cultura, costumes. Roupa fortalece identidade.
A roupa precisa ser vista como um componente prioritário em um discurso, ela precisa estar conectada ao contexto, precisa reforçar a argumentação através do aspecto visual, precisa chamar a atenção sem, no entanto, ofuscar as palavras e, mais do que isto, ela precisa agir como um ponto de segurança para aquele que a veste.
Roupas desempenham papeis simbólicos, são uma extensão de quem somos e do nosso corpo. Elas não dizem apenas quem somos, mas demonstram ao outro nosso grau de segurança naquele dado momento. Na política, usar a roupa como mais uma ferramenta de posicionamento é essencial, pois amplia a projeção da imagem e oferece mais uma forma de conexão com o público.
Aline Savi é advogada, consultora de imagem, especialista em etiqueta e pós graduanda em marketing político e comunicação eleitoral. Nesta coluna semanal fala sobre imagem e comunicação política.