A palavra fabricar carrega em si a interpretação de inventar algo, de criar alguma coisa artificialmente. Agora, reflita comigo: associar a alguém esta percepção de imagem fabricada enfraquece ou não a confiabilidade?
A ideia de que alguém público teve sua imagem produzida artificialmente, pode fazer recair sobre este a sensação de que nem tudo o que se apresenta é verdadeiro.
Quando se desenvolve uma narrativa de imagem e esta não se ancora na realidade ela tende a ir se enfraquecendo conforme cheguem os questionamentos quanto à sua veracidade.
No entanto, há formas de afastar esta interpretação sobre uma imagem pública arquitetada e trazer originalidade à comunicação da imagem.
Desenvolver características presentes no caráter, valores e gosto pessoal, e trazê-las para a narrativa visual, oferece segurança. E segurança não só para o olhar do público, mas também para o político, uma vez que terá no seu universo visual um apoio para reforçar sua mensagem e que, inclusive, será capaz de salvá-lo em momentos de imprevisto.
Manifestar características pessoais, trazer à superfície valores e referências culturais, é o que irá assegurar o caráter genuíno daquilo que é visto e sentido. Por isto, há a necessidade de evocar com assertividade o que é mais relevante expor, limpar o excesso de informações, e conectar através da personalidade.
A autenticidade é uma carta visual de credibilidade.
Afastar-se das convenções que não ressoam com a própria personalidade e encontrar a sua narrativa visual amplia a possibilidade de diálogo. Visto que nos sentimos mais seguros para confiar naquilo que projeta a sensação de veracidade.
O essencial é encontrar a própria forma de comunicar sua personalidade através do desenvolvimento de um código visual único e intransferível.
Aline Savi é advogada, consultora de imagem, especialista em etiqueta e pós graduanda em marketing político e comunicação eleitoral. Nesta coluna semanal fala sobre imagem e comunicação política.